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Diminua o Ronco e a Apnéia com exercícios fonoaudiológicos.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

A fonoaudiologia também está ajudando atualmente as pessoas que sofrem com o ronco e apnéia.
Estudo epidemiológico realizado pelo Instituto do Sono da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) aponta que 32,8% da população da cidade de São Paulo sofre com apneia do sono. Foram avaliadas em laboratório 1.042 pessoas.
O ronco é um ruído predominantemente inspiratório produzido pela vibração das partes moles da orofaringe . Normalmente a inspiração é iniciada pelos músculos da asa do nariz e propaga-se pela faringe , laringe e parede toráxica até alcançar o diafragma .

Sabe-se que de acordo com as fases do sono ocorre um excessivo relaxamento muscular e também uma alteração da coordenação entre as contrações do diafragma e dos músculos da orofaringe . Se os tecidos moles estiverem hipotônicos (flácidos) ao entrarem em relaxamento , tornam-se mais volumosos e flácidos , gerando o ronco .

A sonolência é a queixa de metade dos casos que chegam aos laboratórios , e mais da metade destes apresentam Síndrome da Apnéia do Sono, um distúrbio freqüente e pouco conhecido . O paciente com S. A S. apresenta ronco intenso entrecortado por pausas de 20 a 40 segundos . A única forma do paciente voltar a respirar é despertando (são breves despertares e podem ocorrer várias vezes por noite) , alterando assim , a qualidade do sono fazendo com que o paciente levante cansado, irritado e sonolento, podendo causar falta de atenção, aumento da pressão arterial, além de outros sintomas.

Há vários tratamentos dependendo das causas do ronco e da apnéia. Entre eles, estão a cirurgia, a farmacoterapia, dietas e o uso de respiradores artificiais. Agora, o novo tratamento, baseado em exercícios, foi desenvolvido pela equipe do Incor (Instituto do Coração de São Paulo).
Esses exercícios objetivam fortalecer a musculatura da garganta envolvendo a língua e o palato mole (parte posterior do céu da boca) podendo reduzir em até 40% a gravidade e os sintomas da apneia do sono -distúrbio que tem como características ronco alto e interrupções da respiração durante o sono.

Os exercícios devem ser feitos com a orientação de um fonoaudiólogo, em frente a um espelho. Para manter os resultados conseguidos na fase inicial, em que os exercícios são mais intensos, eles devem ser continuados todos os dias. Se forem interrompidos, os músculos voltam ao estado de fraqueza e flacidez, permitindo que a apnéia e o ronco retornem.

Ainda que esses exercícios não sejam uma solução definitiva para estes problemas, podem aliviar bastante o incômodo e melhorar a saúde de quem sofre com o ronco e a apnéia. Em alguns casos, os exercícios deverão ser feitos como um complemento a outros tratamentos (como o uso de placas para o maxilar, o CPAP ou a perda de peso).
Procure um pneumologista ou uma fonoaudióloga para receber orientação quanto ao tratamento mais adequado ao seu caso.

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Teste para evitar risco de surdez

Projeto nas mãos do prefeito Eduardo Paes propõe tornar ‘teste da orelhinha’ obrigatório na rede pública municipal

Rio - Fundamental para detectar problemas auditivos em recém-nascidos, o ‘teste da orelhinha’ pode se tornar obrigatório no Município do Rio. Projeto do vereador Bencardino (PRTB), aprovado dia 18 em segunda instância na Câmara, prevê que o exame seja feito em maternidades e hospitais municipais onde for realizado o parto. O projeto deve ser enviado esta semana para o prefeito Eduardo Paes. Assim que receber, Paes terá 13 dias para sancionar ou não.

Segundo Bencardino, estudo feito pela prefeitura aponta que uma das principais causas de reprovação escolar são os problemas auditivos. Com o projeto, o vereador pretende diagnosticar precocemente o mal e evitar que as crianças tenham problema na fala. Bebês com dificuldade de audição que recebam tratamento até os seis meses de idade conseguem desenvolver linguagem muito próxima a de uma criança ouvinte.

“O objetivo é que o bebê só saia da maternidade com o exame feito, assim como ocorre com o teste do pezinho. Se for aprovado, o projeto não vai ficar caro para os hospitais aderirem. É melhor resolver o problema logo no início, para não ficar mais caro depois”, disse.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que, a cada 10 mil bebês, 30 têm perda auditiva. No Brasil, em cada grupo de mil nascidos, um é surdo e entre dois a seis bebês nascem com problemas auditivos. De acordo com Cláudio Coelho, membro da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, o teste da orelhinha (emissão otoacústicas) é indolor e é feito com o bebê dormindo. Ele explica que o grau de audição é medido através de um fone que emite sons fracos e depois recolhe as respostas que a orelha do bebê produz.

“O teste da orelhinha pode descobrir no primeiro dia de vida se a criança apresenta algum problema auditivo. Se o exame for feito precocemente, possibilita uma maior reabilitação. Se o resultado do primeiro teste não for satisfatório, o exame pode ser repetido de 15 a 30 dias após o primeiro”, explica o especialista.

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"Jornada Fonoaudiológica" em Bauru busca expandir possibilidades da profissão

A partir de quarta-feira (26), começa a 16° edição da Jornada Fonoaudiológica (Jofa), no campus da USP em Bauru. Organizado pelos alunos da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), o evento já se tornou tradicional e referência no meio acadêmico da fonoaudiologia e áreas afins. A jornada se estende até o dia 29, e as inscrições ainda estão abertas (veja programação abaixo). Neste ano, o tema que norteará a edição é “(Re)Habilitação fonoaudiológica: investigação da eficácia”, e a professora homenageada que empresta seu nome ao evento é Kátia de Freitas Alvarenga, da FOB.
Segundo Nicolle Carvalho Santana, graduanda do último ano do curso de fonoaudiologia e presidente da comissão organizadora da Jofa, o objetivo do evento é “promover cursos de atualização científica dentro da fonoaudiologia e outras aéreas como otonirrolaringologia, psicologia, terapia ocupacional e neurologia. É uma oportunidade para se discutirem avanços técnicos e científicos”. O público-alvo são estudantes do primeiro ao último ano da graduação, pós-graduandos e profissionais dessas áreas. A grade da jornada é planejada a partir de temas de interesse na área e sugestões dos próprios congressistas.

De acordo com a professora homenageada Kátia de Freitas Alvarenga, esta edição da Jofa vai discutir as evidências científicas do resultado de procedimentos fonoaudiológicos nas diversas áreas de atuação. “O aprimoramento das técnicas de intervenção terapêutica reflete na dinâmica do tratamento e consequentemente na qualidade de vida do indivíduo com distúrbios da comunicação e das funções orofaciais”, afirma a professora, sobre a temática “(Re)Habilitação fonoaudiológica”.

Em relação à importância do evento, Nicolle afirma que a Jofa ajuda a promover a fonoaudiologia e a expandir a atuação e pesquisa. Ela ainda acredita que a jornada vem preencher lacunas do curso, pois “traz aspectos da profissão que não se veem na graduação”. A professora Kátia enfatiza ainda que a jornada representa hoje um importante evento para a fonoaudiologia, reconhecido pela comunidade acadêmica. “A Jofa possibilita um momento de muito aprendizado, no qual os alunos adquirem experiência quanto à gestão de eventos científicos e trabalho em equipe, além do contato com profissionais de renome nacional e internacional”, acrescenta ela.

A professora conta ainda que emprestar seu nome à jornada é uma honra. “Sinto como um presente e reconhecimento pelo trabalho que venho desenvolvendo dentro da Universidade há 17 anos, com respeito e preocupação com a qualidade na formação de nossos alunos”, ressalta.

Programação e novidades
Neste ano, a programação da Jofa contará com cursos, minicursos, oficinas, fóruns científicos e mesas redondas. Dentre os especialistas confirmados para o evento, estão a professora homenageada Kátia Alvarenga, o superintendente do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da USP, João Henrique Nogueira Pinto, a especialista estadunidense Kandace Penner e a professora Maria Rita dos Santos e Passos Bueno, do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP.

A Jornada Fonoaudiológica nasceu em 1994 como um evento pequeno, uma “reunião científica organizada pelos alunos", como define Nicolle. Com o tempo, foi se expandindo e ganhou apoio do Departamento de Fonoaudiologia, da diretoria da FOB e do HRAC/Centrinho. Para atualizar o evento a cada ano e mantê-lo interessante, Nicolle conta que os organizadores buscam trazer novidades.

Nesta edição, será publicado o livro “(Re)Habilitação fonoaudiológica: investigação da eficácia” , sobre os temas tratados na Jofa, composto de capítulos escritos pelos próprios palestrantes, divididos em cinco temáticas: Audiologia, Linguagem, Motricidade Orofacial, Voz e Seção Interdisciplinar.

Além disso, uma visita ao HRAC/Centrinho e duas exposições complementam as atividades da jornada – “Caminhos da comunicação”, com painéis expositivos sobre cuidados com a voz, a visão e a audição, e “USP em Rondônia”, sobre as expedições realizadas por uma equipe da FOB para tratar e estudar doenças na cidade rondoniense de Monte Negro.

Os melhores trabalhos inscritos para apresentação na jornada serão premiados com publicação integral na revista da FOB, Journal of Applied Oral Science (Jaos). Os demais trabalhos aprovados terão seus resumos publicados.

Serviço
A 16ª edição da Jornada Fonoaudiológica (Jofa), da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP, acontece entre os dias 26 e 29. As inscrições podem ser feitas pelo site do evento, com valores que vão de R$15,00 a R$130,00, de acordo com a proposta escolhida. O site também disponibiliza programação completa, guia de hotéis em Bauru e mapas. As atividades da jornada acontecem na FOB (Rua Octávio Pinheiro Brisola, 9-75, Bauru).

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Como a Fonoaudiologia pode ajudar na terceira idade?



O envelhecimento, além de ser considerado externo à pessoa, não tem uma data de início definida e, por não ser bem vindo, não é comemorado como se faz com a infância, adolescência e idade adulta. Sem se dar conta o tempo voa, os cabelos embranquecem, a pele enruga e, de repente, o adulto se torna um velho. O mais comum é sentir que perdeu seu lugar na sociedade, na família, no trabalho. Por outro lado à sociedade também não sabe como acolhê-lo.
De tempos para cá, o número de idosos aumentou ainda mais. Nos EUA a expectativa de vida, que no início do século era de 47 anos, atualmente é de 74 anos. 12% da população é composta por pessoas de mais de 65 anos. No Brasil essa população ocupa a fatia de 4,9% e no estado de São Paulo equivale a 5% (SEADE 1992).
A velhice, em todas as suas manifestações, nem sempre é muito analisada por ser considerada a fase menos agradável da vida. Mas antes temos que responder algumas questões como:Quando o indivíduo começa a envelhecer? A partir de que momento considera-se o indivíduo um idoso?
Existem muitas controvérsias: alguns autores consideram o início do envelhecer a partir dos 25 anos, idade na qual se atinge o desenvolvimento máximo. Outros adotam 65 anos como sendo a idade legalmente considerada de início da velhice (Douglas, 1994). Já outros autores sustentam a idéia de não rotular 65 anos como a idade do aparecimento dos sintomas da velhice.
A verdade é uma só: o momento do início, assim como a forma e a velocidade em que a velhice se instala dependerá das características pessoais de cada indivíduo e/ou das influências do meio em que vive (Douglas, 1994).A demanda da população idosa tem se mostrado cada vez mais significativa para o mercado fonoaudiológico. Por esta razão sentiu-se a necessidade de conhecer mais sobre o processo de envelhecimento das funções vitais.

MAS COMO A FONOAUDIOLOGIA PODE AJUDAR A TERCEIRA IDADE?
FONOAUDIOLOGIA É A PROFISSÃO DA ÁREA DA SAÚDE QUE PESQUISA, PREVINE, E TRATA AS ALTERAÇÕES DE AUDIÇÃO, VOZ E FUNÇÕES VITAIS COMO SUCÇÃO, MASTIGAÇÃO E DEGLUTIÇÃO.
A atuação fonoaudiológica envolve a aplicação de medidas de caráter amplo (imunizações, aconselhamento, planejamento familiar, etc.) dirigidas às doenças em seu aspecto global e implica também em medidas específicas, (orientações e aconselhamento), algumas a serem aplicadas antes mesmo que a doença ocorra e, outras, em qualquer estágio da evolução das patologias da comunicação.
O que mais evidencia no processo de envelhecimento são as alterações da comunicação. Essas mudanças interferem negativamente no idoso, uma vez que conduz a redução dos estímulos vitais, face a ausência do exercício do sistema comunicativo que propicia a ação de múltiplos órgãos e sistemas, cuja a missão primordial não é a linguagem, mas que repercutem na compreensão e produção da linguagem, como também as dificuldades nesta área, segregam ainda mais o idoso, cristalizando o quadro de preconceito social existente, o que pode levar o idoso a uma vida inativa, isolada, impulsionando-o em direção à deterioração das condições psíquicas e físicas, não só pela redução das atividades físicas e intelectuais que este fato gera, como também pela solidão, ansiedade e deterioração da imagem pessoal; tudo decorrente da incapacidade ou dificuldade de se comunicar.
Podemos afirmar que a origem de muitos distúrbios da voz e da fala encontra-se na desarmonia do nosso sistema neurológico, físico, psicológico e social. A gagueira, a rouquidão, os vícios de pronúncia, os tremores na voz, a rigidez na articulação, a variabilidade da altura, do tom e de timbre, os transtornos na ressonância, alterações na deglutição e etc, podem ser resultados de um funcionamento anormal de um ou de vários dos conjuntos dos sistemas mencionados.
Daí a necessidade de um pronto diagnóstico fonoaudiológico, a fim de que se possa dar o necessário encaminhamento, como também a responsabilidade do fonoaudiólogo de informar e sensibilizar a todos que oferecerão serviços a essa população, evitando assim maiores danos à saúde. Em suma, a atuação fonoaudiológica está baseada numa abordagem, onde procuramos trabalhar a comunicação dentro de manifestações bio-psico-sociais. A VOZ, A FALA E O CORPO RELATAM MUITO DE NOSSA SAÚDE; CONTENDO SINAIS QUE NÃO PODEMOS DESPREZAR SENDO INDICATIVOS DE PROBLEMAS NEUROLÓGICOS, ORGÂNICOS, PSICOLÓGICOS E FUNCIONAIS.
Fonte: Autora: Drª Juliana Piassi

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Um caso peculiar de disfagia

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

por Patrícia Ribeiro



O periódico The New England Journal of Medicine selecionou a imagem acima como a IMAGEM DA SEMANA. Trata-se de uma radiografia tirada de um paciente, sexo masculino, 50 anos, acometido no departamento de emergência de um hospital com definida DISFAGIA, dispneia, e tosse paroxismal. Ele engoliu uma colher de sopa, ao tentar extrair um espinho de peixe que, segundo ele, estava parado na região da laringe. Com o paciente sob efeitos de anestesia geral e com a ajuda de um laringoscópio, a ponta da colher foi coletada com um auxílio de forceps e seguramente extraída. Não foi encontrado qualquer vestígio de espinho de peixe na avaliação por meio da esofagogastroduedenoscopia. A colher tinha 19 cm de comprimento, e a concha da colher media 6,5 x 4 x 0,5 cm em sua maior dimensão.

Por sorte, a colher não inclinou o suficiente para vedar completamente o fluxo aéreo pelo trato respiratório. Não foi citado pelo periódico a evolução do caso. Acredito que este possivelmente evoluiu com a perduração do quadro de disfagia e instalação do quadro de disfonia, decorrentes da lesão gerada tanto pela colher quanto pelo inserção do forceps. Pensando que o tempo no qual o paciente permaneceu em dispneia não foi suficiente para provocar uma lesão a nível neurológico, acredito que o quadro será temporário e reversível após algumas sessões fonoterápicas.



Referência Bibliográfica: Ramadan and El-Desouky 361 (7): e11, Figure 1 August 13, 2009. Images in Clinical Medicine. Available at http://content.nejm.org/cgi/content/full/361/7/e11/F1

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Fonoaudiologia na Saúde Ocupacional

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A fonoaudiologia atua no campo de Medicina do trabalho realizando exames de audiometria ocupacional. A audiometria Ocupacional é realizada em pacientes que trabalham expostos à ruídos intensos, à partir de um encaminhamento de médico do trabalho.
Através do exame é possível diagnosticar alterações referentes à acuidade auditiva, sendo que a alteração mais comumente encontrata em trabalhadores expostos à ruídos intensos é a PAIR ( Perda Auditiva Induzida por Ruído), onde a audiometria ocupacional, geralmente acusa rebaixamento bilateral dos limiares auditivos nas frequências agudas ( melhorando somente em 8khz).
A PAIR, trata-se de uma hipoacusia ( perda auditiva) neurossensorial ( problema na recepção sonora), que tende a progredir com o passar dos anos, ou seja, ela tende a progredir enquanto o trabalhador estives exposto ao ruído intenso. Trata-se ainda de um problema de natureza irreversível. Caso seja diagnosticada o trabalhador não terá mais sua acuidade auditiva dentro dos padrão de normalidade ou exame audiométrico sem alterações.
Na maior parte dos casos, durante a anamnese encontramos queixas referentes à zumbido e incômodos á sons altos. Geralmente não há queixas em relação á dificuldades para escutar , isto se deve ao fato de a PAIR estar relacionada à quedas nas frequências agudas. Somente em casos mais avançados encontramos a queixa de dificuldade para escutar, neste caso a hipoacusia já atingiu um grau mais severo.
Cabe ao Fonoaudiólogo, não só realizar exames audiométricos ocupacionais e descrever os laudos respectivos, mas sim, orientar o trabalhador da importância do uso do EPI ( equipamento de proteção individual), como método preventivo e retardatório do agravamento da perda auditiva ( caso o trabalhador já tenha adquirido).

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A Fonoaudiologia e o Canto

INTRODUÇÃO

Atualmente a fonoaudiologia tem se voltado para estudar o profissional da voz, mais especificamente o cantor, seja ele do estilo popular ou erudito. Porem pouco se fala sobre qual o momento esse profissional deve fazer um exame apurado sobre sua condição vocal, podendo ter assim uma orientação profissional sobre o desempenho de sua voz.
Nos últimos tempos a fonoaudiologia tem reservado atenção especial ao campo denominado voz profissional, de forma que indivíduos que utilizam a voz como instrumento de trabalho estão cada vez mais próximos dos Fonoaudiólogos, mostrando que ha necessidade de uma orientação para a preparação vocal, melhorando o desempenho vocal do indivíduo, seja ele professor, radialista, repórter, ator ou cantor.
Vamos considerar neste estudo o profissional da voz falada aquele indivíduo que, para exercer sua profissão, deve depender de sua voz, sendo esta seu instrumento de trabalho. Autores diversos procuram definir o profissional da voz como " indivíduos que utilizam a voz de maneira continuada, os quais procuram, por meio de um modo de expressão elaborada, atingir um publico especifico ou determinado" (Satallof – 1991) ou como " o indivíduo que ganha seu sustento utilizando sua voz" (Boone – 1992).
Especificamente neste estudo, não nos aprofundaremos na estrutura vocal, respiratória e demais esquemas os quais complementam a atividade canto, mas sim os problemas decorrentes do canto, seu mau uso, má formação ou orientação, e como tratar estes problemas através da fonoaudiologia.
Quando um cantor, no decorrer de seu trabalho vocal percebe que há "alguma coisa errada" com a emissão de seu som, questiona-se sobre o que estaria acontecendo com sua "garganta" e o que poderia estar prejudicando seu instrumento de trabalho.
O primeiro passo a ser feito é a consulta médico-clínica, para posterior encaminhamento ao médico-fonoaudiólogo.
Do ponto de vista funcional, cantar é essencialmente diferente do falar. As evidências indicam que seu controle central está em um local diverso no cérebro e os músculos do trato vocal movimentam-se de maneira distinta. Cantar também é uma forma de comunicação, e uma forma de expressão dos sentimentos. Em geral, temos um conceito pré-concebido de que através da fala nos comunicamos melhor e pelo canto nos expressamos artisticamente, como se pudéssemos separar na vida, uma metade racional para a fala e outra emocional para o canto, quando na realidade somos as duas partes concomitantes, onde podemos e devemos nos expressar e nos comunicar ao mesmo tempo.
Todos podemos cantar e o canto tem de ser trabalhado, exercitado e aprimorado. O dom de cantar existe mas, em grande parte dos casos, as condições anatômicas e fisiológicas podem ser auxiliares importantes.
Quando o cantor procura um fonoaudiólogo , este profissional submete seu paciente às seguintes etapas:

· Avaliação vocal do cantor;
· Anamnese -Levantamento histórico do problema:
· Exame físico
· Exame de imagem
· Tratamento proposto
· Orientação quanto a saúde vocal

AVALIAÇÃO VOCAL DO CANTOR

Existem diferenças entre a avaliação vocal de um cantor e a de um indivíduo que utilize apenas a voz falada, mesmo que de forma profissional. No primeiro momento, as características e as queixas vocais do cantor devem ser percebidas, pelo médico e pelo fonoaudiólogo, distintamente em relação aos aspectos particulares da fala e do canto.
Embora exista um único órgão e praticamente um mesmo grupo de músculos responsáveis pelas duas funções, há vários aspectos fundamentais relacionados a produção vocal que diferem muito se compararmos a voz falada com a voz cantada. Em muitos casos o cantor precisa do auxilio do terapeuta ou médico para identificar sua queixa em relação à voz, diferenciando as características da voz falada e da cantada, separadamente. É comum o indivíduo procurar um profissional queixando-se especificamente de problemas em relação à voz cantada, como por exemplo uma passagem de escala ou, ao contrario, não ter nenhuma percepção da forma como ele utiliza a voz falada.
No momento da avaliação, é necessário distinguir qual a real queixa , o motivo da consulta, e de que modo está inserida na voz falada ou cantada. Deve-se verificar ao mesmo tempo, qual a percepção que o indivíduo possui em relação a sua voz e sua queixa vocal.
Considerando-se a avaliação inicial de qualquer pessoa disfônica ou com queixas relacionadas , deve-se obter informações , antes de tratá-lo ou ser encaminhado à fonoterapia, as quais serão efetuadas na anamnese.

ANAMNESE

A história do paciente pode ser bastante elucidativa, oferecendo condições de visualizar as alterações, dando a impressão que estivessem sendo vistas através de uma fita de videocassete, em câmera lenta. A anamnese, ou história problemática do paciente, é o momento fundamental de qualquer avaliação. É o primeiro contato do cantor (paciente) com o profissional médico(fonoaudiólogo).
No caso dos cantores, é importante que estes se sintam à vontade para colocar suas ansiedades e possam sanar algumas de suas dúvidas, lembrando que, cultural e historicamente, é difícil um cantor ter qualquer contato com em fonoaudiólogo ou otorrinolaringologista.
Deve-se interrogar ou identificar alterações da audição, voz, deglutição, sensoriais (sensibilidade cervical ou faringo-laríngea), anatômicas de cabeça e pescoço, dos órgãos articulatórios da fala, dos órgãos ressonantais, da faringe e da laringe em particular, alterações funcionais e respiratórias.
A consulta otorrinolaringologia e o exame da laringe são intrinsecamente ligados e a anamnese detalhada do paciente disfônico é essencial para orientar o exame, qualquer que seja o caso, o que permite muitas vezes que a suspeita diagnóstica já se oriente nessa fase, por exemplo, pela administração de péssimos hábitos ou demonstração de enorme ansiedade por parte do paciente.
Nesses casos, obtêm-se fatores geradores por si só de alterações da voz, que também representam agravamento de outras situações e dificultam o restabelecimento do paciente, exigindo intervenção terapêutica especifica. Da mesma forma, há necessidade de se conhecer o quadro clinico geral, e as importantes e possíveis causas físicas e psicológicas que podem afetar a laringe e a voz. É fundamental a analise dos fatores específicos do aparelho fonador, paralelamente às alterações gerais tais como: diabetes mellitus, hipertensão arterial, diminuição da capacidade ventilatória pulmonar, insuficiência cardíaca, distúrbios metabólicos, endocrinos, alergicos, imunologicos, auto-imunes, neurológicos, infecciosos, inflamatórios, digestivos, entre outros; neoplasias benignas ou malignas; o uso ou abuso de drogas com álcool, cafeína, tabaco, tranqüilizantes, maconha, cocaína ou outras; uso permanente ou prolongado de medicamentos como corticóides, anticoagulantes plaquetariso, quimioterápicos, etc.; estados de ansiedade, depressão, fadiga, estresse, estafa, insônia, gravidez e sindrome pré-menstrual.
É importante conhecer o grau de autopercepção do indivíduo em relação a sua disfonia, o que faz antever a sua dedicação ao tratamento. Dificilmente alguém que não tenha consciência alguma de sua alteração vocal, sentindo-se normal, aceitará as medidas diagnósticas ou do próprio tratamento.
Igualmente significativo torna-se saber a relevância pessoal ou profissional que possa ter a disfonia. Temos dois casos distintos: o professor que se "beneficia" da disfonia ao estar disfônico e aquele que sofre intensamente com o impedimento vocal, ou seja um cantor ou ator em temporada. Ao primeiro pode-se supor que não se empenhe, ao menos subconscientemente, pela cura, ao contrário do segundo, que normalmente terá empenho exacerbado, ansioso, às vezes até tornando-se prejudicial, no sentido de tentar estar logo recuperado. Portanto há necessidade de saber dosar os extremos para obtenção de um bom resultado no tratamento.
A coleta detalhada da história vocal do paciente disfônico pode revelar aspectos decisivos ao diagnóstico e à conduta do tratamento. A descrição do paciente revela sua forma de encarar a relação com o médico e o fonoaudiólogo, se otimista, confiante, participante, interessado, ou se adota uma posição crítica, pessimista, pouco confiante e interpreta de foram deturpada as conclusões e determinações.
Deve-se proceder a pesquisa de história patológica detalhada sobre a saúde do paciente, ou seja, as enfermidades que tenha sofrido no passado ou ainda sofra, e que possam ter relevância no quadro atual. Em relação ao motivo recente que traz o paciente à consulta, deve-se colher os dados de maneira a localizar uma causa e mensurar sinais e sintomas.
O exame otorrinolaringologico inclui, igualmente, a avaliação da audição, da voz, da fala, da deglutição e as pesquisas de alterações anatômico-funcionais e preceptorias dos órgãos articulatórios e ressonâncias, como a boca e língua, fossas nasais, rinofaringe e faringe. Também a função pulmonar pode e deve ser avaliada, quando necessário.
A laringoscopia indireta é um método perfeitamente satisfatório para o diagnóstico de indivíduos disfônicos ha poucos dias, aptos ou durante estado gripal, não tabagistas e que não façam uso profissional da voz. Casos mais intensos e duradouros, não associados a infeções virais ou bacterianas, devem demandar a utilização de um método mais preciso, que forneça dados de maior confiabilidade possível a decisão terapeutica. A utilizacao de videolaringoscopia e da videolaringoestroboscopia consagra-se como fundamental no manejo de enfermidades da laringe e da voz.
Os pacientes com indicação de fonoterapia devem ser encaminhados acompanhados de laudo minucioso que descreva a anamnese sumária ou dirigida, os achados no exame de pregas vocais, mencionando seu aspecto e mobilidade, as características, simetria e amplitude da onda mucosa e a eventual existência de fendas gloticas, referindo seu local, extensão e formato. A conclusão e conduta devem ser discriminadas e devidamente explanadas ao paciente.

AVALIAÇÃO DA VOZ DO CANTOR

A avaliação da voz do cantor inicia-se com a identificação da queixa, na anamnese, levando-se em conta os aspectos da voz falada e cantada. Deve-se fazer um exame clínico apurado, tentando compreender a ressonância e a articulação do cantor.
Quando se fala em avaliação da voz, deve-se levar em consideração vários aspectos físicos e da emissão da voz. Observa-se os seguintes tópicos:
Exame físico:

· Postura
· Tipo Respiratório
· Tempo de emissão
· Coordenação Pneumofonoarticulatória
· Pitch
· Loudness
· Ressonância
· Articulação
· Ataque Vocal
· Qualidade Vocal
· Ritmo
· Tessitura
· Registro
· Brilho
· Projeção
Passaremos agora a dissertar sobre cada etapa da avaliação individual do cantor:

EXAME FÍSICO

Inicia-se pela apalpação da região cervical e pescoço, investigando-se o nível de tensão de sua musculatura. Nesse exame pode-se observar a largura da laringe e o posicionamento vertical da cartilagem tireóide no pescoço, o deslocamento lateral e sua mobilidade vertical pela emissão ligada de tons agudos e graves. Pode-se verificar o tamanho da abertura da boca, a movimentação da articulação temporo-mandibular(ATM), a tonicidade e mobilidade dos lábios e bochechas. A língua é um músculo muito importante para a fonação portanto deve-se verificar o tamanho, se é proporcional a forma e tamanho da cavidade oral, seu tônus e sua mobilidade em relação aos sons. Verifica-se a oclusão dentária, o formato do palato e o tamanho de toda a cavidade oral. Observando-se a distância dos pilares amidalianos da parede da faringe (orofaringe/nasofaringe). Verifica-se também o movimento mastigatório, o qual é muito importante para a avaliação do profissional da voz. Se estiver sendo feita de maneira inadequada, irá prejudicar o estado dos músculos responsáveis pela fonação

POSTURA

Na conversa espontânea, deve-se verificar a inclinação da cabeça, a tensão muscular cervical, o posicionamento do queixo em relação ao peito, a inclinação dos ombros. Observa-se a curvatura da coluna vertebral no andar e sentar, observando se a postura assumida pelo cantor é a adequada para a fonação. É preciso observar se os aspectos que caracterizam a postura do cantor durante a fala se modifica ou se mantém durante o canto. É fácil encontrar pessoas que elevam o queixo quando cantam tons mais agudos, com o incorreto e prejudicial intuito de auxiliar a elevação da laringe, posição que, sem tensão e participação da musculatura extrínseca, ajudaria a emissão de sons agudos.

TIPOS RESPIRATÓRIOS

Há muita discussão sobre o tipo adequado de respiração para a fonação e canto, porém deve-se observar se a respiração efetuada pelo cantor é a adequada para o canto. Existem três tipos básicos de respiração que são o superior, misto e inferior. No canto encontram-se vários casos de respiração inferior e mista, ou seja, o cantor, no ato do canto recorre instintivamente a um tipo de respiração de forma que a pressão subglótica torne-se mais longa, forte e estável.

TEMPO DE EMISSÃO

A capacidade de emitir um som por longo período e de enfatizar uma nota nos momentos finais de uma sentença pode definir o repertório e longevidade da voz de um cantor. Observa-se tal fato quando existe a solicitação para a emissão de um som ou vogal prolongada ou sustentada, glissando ascendente e descendentemente e fazendo uma vogal sustentada com intensificação no terço final da emissão.

COORDENAÇÃO PNEUMOFONOARTICULATÓRIA

É a coordenação entre a respiração e a fala. Observa-se o cantor durante uma conversa espontânea, ou durante a leitura de um texto, mas pode fornecer dados irreais sobre a coordenação respiratória. É comum verificarmos pessoas com dificuldade durante a fala, porém quando lhe é solicitado uma leitura, e a pessoa percebe que está sendo avaliada, imediatamente corrige as eventuais entradas de ar residual . A coordenação analisada é um aspecto no qual, na maioria das vezes não se modifica da fala para o canto. Algumas exceções acontecem quando o estilo de música adotado exige uma voz muito soprosa, com um gasto de ar muito grande.

PITCH

É a sensação auditiva que temos sobre a altura da voz, podendo ser classificado em grave, médio ou agudo. Mede-se o pitch através de sistemas computadorizados de análise vocal. Normalmente, no canto, o pitch eleva–se, pois há uma busca das cavidades superiores de ressonância que acaba levando para a agudização do pitch, muitas vezes camuflado por uma hipernasalisação.

LOUDNESS

Tem relação com a percepção do volume da voz e deve ter com o tipo de ambiente em que a voz está sendo emitida. Pode ser classificado em forte, fraco e adequado. Na voz cantada, deve-se lembrar do ambiente e da utilização da aparelhagem de amplificação sonora. O cantor pode não possuir uma boa aparelhagem de som ou retornos eficientes, fazendo com que produza uma voz cantada com muito volume, e solicitando ao seu corpo que produza um apoio muito potente para que não ocorra sobrecarga das pregas vocais. O cantor popular normalmente não precisa utilizar um volume maior para cantar pois possui um bom sistema de amplificação. O cantor de coral emprega muitas vezes excesso de volume para poder se escutar dentro do coro. O cantor lírico procura explorar todas as suas caixas de ressonância, todo o seu potencial respiratório para atingir o quarto formante e assim ser ouvido junto com a orquestra que o acompanha. A voz transforma-se, neste momento, em mais um e único instrumento.

RESSONÂNCIA

A ressonância é classificada em seis tipos principais: equilibrada quando se utiliza de forma distribuída os três focos principais de ressonância(laringe, oral e nasal); laringo-faríngea onde há predomínio do foco na região do pescoço; hipernasal com constrição de pilares onde o foco é acentuado no nariz, mas com esforço evidente causado por tensão de musculatura orofaríngea; hiponasal onde não há nenhuma ressonância nasal; laringo-faríngea com foco nasal compensatório onde o foco central é no pescoço e sem nenhuma oralidade, normalmente em articulações muito travadas. Semelhantemente ao pitch, a ressonância também se eleva, buscando as cavidades mais superiores no canto em relação à fala.

ARTICULAÇÃO

A articulação pode ser precisa, imprecisa, travada, exagerada, pastosa ou aberta. Estas características podem se combinar aos pares mas não de maneira fixa. Pode-se por exemplo, encontrar uma articulação travada e precisa assim como uma aberta e imprecisa. Nem sempre abrir mais a boca para cantar melhora a articulação das palavras. Pode sim projetá-la muito mais.

ATAQUE VOCAL

O ataque vocal pode ser dividido em brusco, aspirado e suave, podendo ser observado na fala espontânea. Normalmente o tipo de ataque se modifica da fala para o canto. Existem pessoas que falam com ataque brusco, porém na hora de cantar optam pelo estilo bossa-nova , que trabalha com um ataque mais suave.

QUALIDADE VOCAL OU TIMBRE

É o item que esclarece o diagnóstico no nível de pregas vocais. Costuma fechar a avaliação perceptual da voz falada. No canto isso ocorre de forma diferente, pois na voz cantada avalia-se a qualidade em relação direta com o estilo de música adotado e com a forma pessoal de interpretação. Não é possível dizer que todo cantor de bossa-nova possui uma voz patológica soprosa, pois esta soprosidade faz parte de um estilo de cantar, de tornar a voz mais um instrumento dentro da música e não o principal deles. O cantor de hard rock tem a voz rouca e áspera, mas pode-se utilizar outro modo de cantar este estilo de música. A qualidade da voz cantada abre discussão para as características vocais mais freqüentes em cada estilo de música. É impossível se discutir a qualidade sem falar de estilo, ao contrário da voz falada, na qual a qualidade vocal tem relação direta com a patologia.
Há várias maneiras de se nomear as qualidades e características vocais. Utilizamo-nos da voz rouca (moderada/suave), suave, fluida, áspera, soprosa, com quebra de sonoridade, tensa, pastosa, trêmula, estrangulada, infantil e diplofônica (bitonal).
Há outros nomes diferentes dos utilizados acima, mas estes combinados entre si quando necessários são suficientes para definir precisamente uma qualidade vocal.

RITMO

É um aspecto que avaliamos apenas na voz falada, pois na cantada dependerá do estilo, melodia e harmonia da música e da maneira como o cantor interpreta a canção. Na fala usamos um ritmo lento, acelerado, muito acelerado e adequado.

TESSITURA

A tessitura e a extensão são dois aspectos a serem avaliados apenas na voz cantada. Quando o cantor disfônico tem queixa apenas na voz cantada não há necessidade de avaliação dos dois aspectos. Pesquisar a tessitura do cantor, que seriam as notas confortáveis dentro da sua extensão vocal, quando o cantor está totalmente disfônico, é algo que não tem muito sentido.
Quando o cantor apresenta a queixa de dificuldade nos agudos ou quebra de sonoridade na passagem, solicita-se que emita a escala completa para se avaliar a dificuldade, mas não há como classificar definitivamente a região onde esse cantor deve produzir sua voz cantada sem esforço ou prejuízo do trato vocal, pois a hora da avaliação é um momento atípico. Conforme o trabalho fonoterapêutico evolui deve-se rever a tessitura, assim como a extensão vocal.
A classificação vocal das vozes masculinas em tenor, barítono e baixo e das femininas em soprano, mezzo-soprano e contralto têm relação com o canto lírico, é muitas vezes empregada no canto popular, porém mais para auxiliar na definição da tessitura do que para classificar uma voz dentro de um repertório específico. Considerando-se as formas diferentes de configuração glótica do canto popular para o lírico, não acredita-se na importância dessa classificação para o canto popular.

REGISTRO

É o modo de vibração variado das pregas vocais de acordo com vários pitchs, fornecendo diferentes qualidades vocais que são chamados de registro, que nada mais é do que a produção de freqüências consecutivas que se originam da mesma maneira da freqüência fundamental. Deve ser avaliado apenas na voz cantada, pois trata-se de um conceito dividido em registro basal (fry), modal (peito e cabeça) e falsete.

BRILHO

Tem relação direta com o uso das cavidades de ressonância e a produção de formantes. Quanto mais amplo for o uso dessas cavidades maior será a riqueza de harmônicos amplificados, fazendo com que a voz pareça cheia, preenchendo todo o ambiente.
A posição da laringe no pescoço é responsável pelo colorido do som produzido. No bel canto, com a laringe baixa, temos um som mais límpido e alegre, enquanto no canto dramático, com laringe alta, o som é escuro mas cheio de nuanças.

PROJEÇÃO

Termo advindo do canto, mas muito utilizado no meio teatral e em oratória. Tem relação direta com respiração, pressão subglótica e superiormente com a boca aberta. Não é possível se ouvir um cantor com projeção com a articulação totalmente travada. Na avaliação deve-se evitar termos qualitativos (boa projeção/péssima projeção). Deve-se gravar a voz do cantor para registro, solicitando sonorizações específicas, como vogais (/a/e/i/) prolongadas, escalas ascendente e descendente em stacatto e ligatto, fala encadeada (dias da semana, meses do ano) e conversa espontânea.
Havendo gravações antigas e recentes, é interessante ouví-lo para compreender o processo de desenvolvimento da voz cantada. A avaliação in locco é fundamental para comparar dados ao vivo, e para conhecer o ambiente de trabalho do cantor.

ALTERAÇAO DE VOZ NO CANTO – DISFONIA FUNCIONAL

As alterações de voz mais comumente encontradas nos cantores são chamadas de disfonias funcionais, que podem ser causadas por uso inadequado dos músculos voluntários da fonação, que incluem os músculos da laringe, faringe, mandíbula, língua, pescoço e sistema respiratório. O desalinhamento postural também é um achado clínico freqüente. Algumas disfonias podem ser atribuídas a técnicas vocais incorretas tais como: Coordenação pneumofonoarticulatória pobre, uso excessivo ou inadequado da válvula laríngea, foco ressonantal inadequado, dificuldades no controle dinâmico de pitch e loudness.
Por definição, a disfonia funcional é a alteração vocal que decorre geralmente do mau uso ou abuso de um aparelho fonador anatômica e fisiologicamente intacto, mas que também pode ser resultado de um mecanismo compensatório mal adaptado, como conseqüência de uma condição orgânica preexistente. Mesmo nos casos de alteração vocal onde a função laríngea é normal ao exame clínico, ou quando há presença de sinais de tensão muscular laríngea anormal, a disfonia é classificada com funcional.
A disfonia funcional com abuso vocal prolongado pode levar ao desenvolvimento de alterações orgânicas secundárias, como os nódulos vocais. Apesar desses serem considerados entidades patológicas individualizadas, eles são resultado de uma disfonia funcional precedente.

CLASSIFICAÇÀO

Há várias propostas para a classificação das disfonias funcionais. Alguns autores propõem abordagens mais amplas referindo-se aos mecanismos casuais e outros baseiam-se nos aspectos clínicos-sintomáticos. É importante haver uma diferenciação entre cada subgrupo de pacientes portadores de disfonia funcional.
Podemos classificar as disfonias funcionais em quatro tipos, que são: as disfonias psicogênicas, a disfonia por habituação, o uso inapropriado de registro e as síndromes de abuso vocal.

DISFONIAS PSICOGÊNICAS

Podem ser divididas em dois subtipos: as conversivas e as recidivantes. O padrão recidivante normalmente é associado a um perfil psicopático e o conversivo, às características histéricas e o aparecimento da alteração vocal é associado a algum fator desencadeante. A qualidade vocal é caracterizada por afonia ou disfonia severa, com sonoridade pobre. A laringoscopia pode ser normal ou evidenciar fenda glótica triangular posterior(com redução da amplitude e assimetria da onda mucosa), ou ainda triangular em toda a extensão(fenda pararela). Pode ser observada a constrição supraglótica ântero-posterior parcial, projeção medial de pregas ventriculares ou inconsistência nos achados laringoscópicos.

DISFONIA POR HABITUAÇÃO

Inicia-se por uma laringite viral ou cirurgia das pregas vocais, o que propicia uma compensação inadequada do trato vocal organicamente comprometido. A disfonia persiste mesmo após o desaparecimento do processo viral ou da cicatrização cirúrgica. A terapia fonoaudiológica pré-cirúrgica pode evitar este tipo de alteração. Sintomas como fadiga vocal e odinofonia podem ser observados. A qualidade vocal pode apresentar soprosidade, aspereza, diplofonia ou fonação ventricular. A sonoridade geralmente é pobre e a laringoscopia pode ser normal, mostrar aproximação de pregas ventriculares, constrição supraglótica ântero-posterior parcial ou ainda fechamento supraglótico esfinctérico.

USO INAPROPRIADO DE REGISTRO

A alteração vocal ocorre em homens durante o crescimento, manifesta-se depois da puberdade como dificuldade em abaixar o pitch e acompanha-se de "quebras" no registro. Pode ocorrer em ambos os sexos, porém não é tão evidente nas mulheres em decorrência do seu tom habitual de fala. Alguns fatores psicológicos podem levar a inibições durante este período de transição e estabelecer um padrão de fonação em falsete. Estes casos devem ser diferenciados daqueles em que existam comprometimentos hormonais ou conversivos. Não há sintomas associados. A qualidade vocal caracteriza-se por pitch anormalmente alto e sonoridade pobre.
A laringoscopia é geralmente normal, mas pode haver tensão glótica. A laringe pode também estar elevada e sua tração para baixo pode mostrar mudança de registro vocal para um pitch mais adequado.

SINDROMES DE ABUSO VOCAL

As alterações vocais decorrentes das síndromes de abuso vocal são geralmente flutuantes ou intermitentes e mantém-se por períodos prolongados. Os aspectos mais comumente observados nestas alterações são: fadiga vocal, redução da extensão dinâmica da voz, odinifonia, padrão respiratório inadequado e sindromes tencionais músculo-esqueléticas. Outros sintomas, como alterações ressonantais e de pitch, também podem ser observados. As síndromes de abuso vocal podem ocorrer com freqüência também em profissionais da voz.
A qualidade vocal dos pacientes portadores de síndrome de abuso vocal mostra características de soprosidade e aspereza, sonoridade pobre, quebras na voz, pitch geralmente agravado e ataque vocal brusco.
A laringoscopia pode ser normal, mas também pode apresentar aproximação de bandas ventriculares, constrição supraglótica ântero-posterior parcial e ainda fechamento supraglótico do tipo esfinctérico.
Outros fatores devem ser observados em profissionais da voz com alterações relacionadas ao abuso ou mau uso vocal. Algumas alterações na voz falada muitas vezes não ocorrem na voz cantada, ou ocorrem em menor grau. Como exemplo, uma boa técnica de canto não implicará em uma voz falada adequada. O apoio respiratório também pode mostrar-se deficiente somente na voz falada. Apesar disso, a extensão vocal não é afetada. A avaliação de profissionais da voz deve ser cuidadosa, levando-se em conta as variáveis entre a voz falada e cantada.
Como alterações orgânicas secundárias temos: nódulos de pregas vocais, edema de reinke e úlceras e granulomas, os quais passaremos a discertar.

NÓDULOS DE PREGAS VOCAIS

São lesões secundárias associadas às alterações funcionais da voz, caracterizando-se por alteração na camada superficial da lâmina própria, representada histologicamente pela presença de tecido edematoso e/ou fibrocolagenoso associado a um espessamento do epitélio das pregas vocais, com queratinização superficial e acantose entre as cristas epidérmicas. Apresentam-se como lesões esbranquiçadas, em torno da borda livre na junção do terço médio de ambas as pregas vocais , que, ao entrarem em contato durante a fonação, assumem a silhueta de um "beijo". Apresenta aspecto endurecido e algumas vezes edematoso, principalmente em crianças. Há um aumento de massa e rigidez da cobertura, assim como interferência na vibração mucosa contralateral. Na maioria dos casos há presença de fenda triangular médio-posterior.
A incidência desta alteração em adultos é maior no sexo feminino e está sempre associada ao abuso vocal e ao estresse. É a disfonia funcional mais comum entre as crianças, predominando no sexo masculino. Em cantores, pode ocorrer secundariamente à execução do canto fora da extensão adequada e por pobre apoio respiratório.
Os sintomas vocais mais comuns são fadiga vocal, alterações de pitch, alterações ressonantais e extensão dinâmica reduzida.
A qualidade vocal mostra características de soprosidade, aspereza, quebra vocal e ataque vocal brusco.
EDEMA DE REINKE

É uma lesão de aspecto edematoso e por vezes polipóide, o que lhe rendeu a denominação de degeneração polipóide, ou ainda, pólipo edematoso de pregas vocais. É geralmente bilateral, porém quase sempre assimétrica. Estende-se ao longo de toda a borda livre das pregas vocais na maioria dos casos. Apresenta crescimento progressivo, podendo obstruir completamente a glote com conseqüente asfixia, em seu estágio mais avançado. Interfere na vibração mucosa contralateral e está freqüentemente associado ao tabagismo crônico e, em menor escala, ao hipotireoidismo e ao refluxo gastroesofágico. A fonoterapia pode reduzir a lesão em alguns casos, ainda que ocorra melhora importante da qualidade vocal nos casos com lesões pouco exuberantes. Entretanto, o encaminhamento posterior para tratamento cirúrgico é necessário.
A disfunção vocal geralmente é estável, de longa duração, e predomina no sexo feminino. Os principais sintomas associados são fadiga vocal, alterações ressonantais e extensão vocal reduzida. A qualidade vocal apresenta características de rouquidão, com pitch agravado, sonoridade pobre e quebras vocais.

ULCERAS E GRANULOMAS

São as únicas lesões orgânicas localizadas fora da borda livre das pregas vocais, decorrentes de distúrbios funcionais da laringe. São associadas a processos inflamatórios extralaríngeos ou secundários à entubação endotraqueal prolongada. Nos casos funcionais, são provocados por trauma fonatório na apófise vocal das aritenóides, em pacientes com importante tensão muscular laríngea e ataque vocal brusco. Geralmente são lesões pequenas que comprometem o fechamento glótico. Quando são de grandes dimensões, outras possibilidades diagnósticas devem ser aventadas.
O estabelecimento da alteração vocal é geralmente agudo(de dias a semanas), às vezes intermitente por meses. Os sintomas mais freqüentes associados são odinofonia e fadiga vocal.
A qualidade vocal manifesta-se sob forma de disfonia variável, com pitch grave e ataque vocal brusco. A laringoscopia mostra ulceração do processo vocal uni ou bilateral, ou granuloma, com hiperfechamento glótico posterior. Outros fatores observados em pacientes portadores de úlceras ou granulomas são apoio respiratório pobre, uso de ar residual, freqüente associação ao refluxo gastroesofágico, hábito de pigarrear e tossir e abuso vocal.

TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA PARA CANTORES

A terapia vocal do cantor não difere completamente do processo terapêutico de um paciente que apresenta disfonia funcional. O foco do tratamento, este sim, será diferente. Com a queixa bem definida em relação aos aspectos da voz falada e cantada, inicia-se a terapia que trabalhará simultaneamente os aspectos que forem necessários, tanto da voz falada quanto da cantada.
Na terapia com cantores, o ouvido adquire importância na condução das orientações, na forma de utilização da voz, assim como na maneira de realização dos exercícios propostos. Quando se trabalha com o cantor, não se deve ficar centrado na patologia laríngea ou no distúrbio da fonação e sim na maneira como o cantor está utilizando seu aparelho vocal para produção da voz dentro do estilo e interpretação desejados.
Pode-se compreender o estilo do canto e tentar, juntamente com o cantor, por meio de exercícios, possibilitar que produza, de maneira satisfatória e sem prejuízo do trato vocal, a voz cantada desejada. O fonoaudiólogo não deve discutir a escolha de repertório, mas esclarecer as possibilidades de cada voz, localizando o pitch confortável e a tessitura adequada para o cantor assim como demonstrar aspectos anatomofisiológicos existentes, mas muitas vezes desconhecidos, que possam facilitar ou limitar a produção de algum tipo de voz cantada.
É necessário possuir algum conhecimento de termos músicais que, em geral, estão presentes na terapia com o cantor, como por exemplo grave, agudo, oitava, glissando, stacatto, escala ascendente ou descendente, acorde e outros que podem aparecer conforme o tipo de canto adotado.
O cantor, em geral, questiona o profissional para saber como se procedem os exercícios e outras duvidas, pois é natural que a pessoa que tem na voz cantada seu instrumento profissional possua uma curiosidade maior em relação a sua voz, bem como receio em ser examinado pelo otorrinolaringologista e ansiedade em tratar as dificuldades que se manifestam na voz.
Aparecem alguns questionamentos por parte do cantor, porém esses são um desafio constante para quem trabalha com a área da voz e tem consciência da influência da vida emocional e psíquica na questão da comunicação.
As questões da saúde vocal devem ser tratadas com paciência e esclarecimento, sem virar uma lista de proibições, pois o ideal é passar informações aos poucos e obter o retorno do cantor sobre a verdadeira compreensão dos porquês sobre sua voz.
Não é fácil estabelecer um limite sobre onde começa a terapia fonoaudiológica do cantor, pois o início de cada processo dependerá de cada indivíduo. Não existe hierarquia dentro da terapia fonoaudiológica. Na voz tudo ocorre ao mesmo tempo. As necessidades são de cada caso e sempre que possível devem ser trabalhadas no conjunto.
No caso dos cantores é fundamental trabalhar a parte respiratória no sentido de conscientizar o papel da respiração na emissão da voz cantada, mostrando preferencialmente a respiração costo-diafragmática, como a mais adequada para a sua voz. O trabalho articulatório visando a abertura vertical e à precisão sonora dos fonemas também tem destaque na rotina terapêutica. Os exercícios que auxiliam no abaixamento da laringe tem demonstrado ótimo resultado, mesmo nos casos de cantores populares, permitindo um movimento vertical livre nos graves e agudos. Exercícios de resistência também são indicados para cantores que costumam cantar muitas horas por semana. Massagem digital na laringe depois de cantar, ou antes de dormir, promove a vasodilatação que possibilitará um maior relaxamento noturno, levando a uma qualidade vocal mais satisfatória para os dias seguintes no uso intensivo da voz.
Não é possível abordar a parte de exercícios, pois cada indivíduo tem seu problema e os exercícios devem ser aplicados de maneira pessoal. O terapeuta tem que experimentar os exercícios consigo mesmo e, posteriormente, observar como cada paciente realiza ou reage diante daquele exercício. De maneira geral, acredita-se que o terapeuta não necessita ser um cantor ou músico para poder prestar atendimento, porém deve ouvir as queixas do paciente e saber que as dúvidas que ocorrerem durante o processo terapêutico poderão ser investigadas e respondidas por ambos, paciente e terapeuta.

CONCLUSÃO

Estivemos analisando alguns os problemas possíveis a serem apresentados na estrutura funcional da laringe e cordas vocais, nos profissionais da voz, em específico com os cantores.
Apresentamos alguns métodos a serem aplicados na avaliação e tratamento de tais problemas, porém tal explanação não esgota o assunto.
Ficou claro porém que, para a eficácia levantamento dos problemas apresentados, bem como o respectivo tratamento, há necessidade de se recorrer ao profissional médico da voz, especificamente ao Otorrinolaringologista e ao Fonoterapeuta para a obtenção de sucesso para a resolução dos distúrbios que possam ocorrer com a voz.
Creio porém que deve haver um relacionamento muito aproximado entre o profissional da voz, o médico da voz e o preparador vocal, pois suas atividades se interagem e, com essa aproximação o resultado pode se tornar mais produtivo, fazendo com que a voz do profissional possa ser melhor elaborada para um bom resultado profissional.
Com este tipo de relacionamento, creio que os cinco profissionais da voz – Otorrinolaringologista, Fonoaudiologista, Professor de Canto, Preparador Vocal e Cantor – poderão crescer em conhecimento e sucesso profissional, onde cada um individualmente alcançará a satisfação pessoal de aplicar o seu trabalho de modo direto, com conhecimento e bem feito.

Lidia Maria de Gouveia

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A surdez que ataca cada vez mais cedo

Entre 5 a 10% dos utilizadores de leitores de música portáteis poderão ter perdas auditivas consideráveis se ouvirem música em excesso nesses aparelhos.

Entrar nos transportes públicos e ligar o leitor de MP3 tornou-se um hábito banal nos dias que correm mas, muitas vezes, os utilizadores desconhecem os riscos que correm.

Há jovens com 20 anos com perdas auditivas que seriam de esperar apenas aos 60 e estudos científicos indicam que uma utilização excessiva de MP3 e IPOD’s, durante pelo menos cinco anos, pode conduzir a perdas graves e irreversíveis ao nível da audição.

Ainda assim, há quem não prescinda dos hábitos de sempre, como é o caso de Sérgio Sousa, de 21 anos, aluno do 2º ano do curso de Som e Imagem da Universidade Católica do Porto.

Nas viagens entre casa e a faculdade, Sérgio fez as contas e passa “mais ou menos três horas no metro.
Durante esse tempo levo sempre a música ligada”.

Confessa que por vezes se excede nos decibéis e, além de ouvir música com auscultadores, também tem uma banda de música punk-hardcore.

Os ensaios são “dois a três vezes por semana” sempre à noite. Adormecer nem sempre é fácil: “muitas vezes
fico com aquele zumbido nos ouvidos até à manhã seguinte”, conta.

São comportamentos de risco como este que têm contribuído para o aumento do número de casos de surdez precoce entre os jovens até aos 20 anos.

Foi a pensar nisso que um grupo de alunos do 12.º ano da Escola Secundária do Padrão da Légua, em Matosinhos, desenvolveu um trabalho de área projecto.”Baixa-me esse volume!” não é uma ordem: é um apelo para contrariar a indiferença face aos perigos de uma utilização excessiva dos leitores de música portáteis.

Diogo Borges, um dos autores do projecto, admite que “muita gente ignora esses riscos, sobretudo os jovens, porque pensam que as consequências e os problemas decorrentes de uma má utilização de [leitores] MP3 e iPod só acontecem aos outros”. E na maior parte dos casos, quando se manifestam os primeiros sintomas de surdez, “o problema já é irreversível”, alerta Ana Paula Lopes docente de audiologia da Escola Superior de Tecnologias da Saúde do Porto (ESTSP).

Para esta especialista, “este é um verdadeiro problema de saúde pública”: “vemos pessoas muito jovens na faixa dos 20 anos que têm perdas auditivas que só seriam de esperar aos 60”. E isso terá, necessariamente, consequências “ao nível de perdas auditivas e cognitivas e, no limite, perturbações do foro emocional e neurológico”.

Pais têm de estar alerta Um parecer da Comissão Europeia indica que entre cinco a 10% dos utilizadores de leitores de música portáteis poderão ter perdas auditivas consideráveis se ouvirem música durante mais de uma hora por dia, todas as semanas, com o volume elevado, durante pelo menos cinco anos.

Daí que a sensibilização dos pais seja um factor determinante para que possam dar “aos filhos uma orientação responsável”, diz Lopes.

A professora da ESTSP dá um exemplo: “é agradável ouvir música alto - eu confesso que gosto. Mas tem de ser feito com muito critério. Por outro lado, eles [jovens] têm de perceber que as perdas auditivas são sempre mais rápidas do que se julga. Mas isso não implica que os pais tenham de proibir a utilização deste tipo de tecnologia. O que se deve fazer é incentivar o uso regrado”, conclui.

André Rodrigues e Letícia Amorim

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Crianças Bilingues

Pesquisas indicam que outras línguas, diferentes da materna, aprendidas antes dos 7 anos de idade são armazenadas no cérebro no mesmo local que a língua materna. Daí se explica a segunda língua ser bem falada, como a primeira por estas pessoas.
Porém, é muito importante para crianças que tenham contato com mais de uma língua (em especial mais de 2!) desde o nascimento ou na primeira infância, direcionar estas diferentes línguas. Ou seja, deve-se deixar claro quem fala que língua e manter certos padrões.

Exemplificando:
Uma criança com mãe brasileira e pai alemão morando em país de língua inglesa. Cada um dos pais pode falar a sua língua materna com a criança e usar o inglês como língua universal (conversas entre o casal e utilizada fora de casa).
O que é realmente importante é manter este padrão escolhido, evitando mudar, ou seja, a mãe falar também, às vezes, em alemão com a criança, por exemplo.

A chance de uma criança bilingue ou poliglota demorar mais a começar a falar é grande, mas não regra. Fique atento, tente manter os padrões. E na dúvida, procure orientação de um fonoaudiólogo!

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Técnicas Vocais para os Profissionais da Voz

"TÉCNICAS VOCAIS PARA OS PROFISSIONAIS DA VOZ"


TRECHO DA MONOGRAFIA DE CONCLUSÃO DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VOZ DA FGa. MARIA IGNEZ DE LIMA PEDROSO

SÃO PAULO, 2007

A Voz tem um papel fundamental na comunicação e no relacionamento
humano. Ela enriquece a transmissão da mensagem articulada, acrescentando à palavra o conteúdo emocional, a entoação, a expressividade, identificando o
indivíduo tanto quanto sua fisionomia e impressões digitais. De seu uso satisfatório depende o êxito pessoal e profissional.
Ao estudá-la , aprende-se cada vez mais, o quão importante é o equilíbrio entre razão e sensibilidade; ciência e arte; condições orgânicas e funcionais dequadas do aparelho fonador, assim como de todo o corpo, para que flua de maneira harmoniosa.
Nos dias de hoje, com o avanço da tecnologia e dos meios de comunicação, existe maior necessidade de conhecimento dos mecanismos de produção e utilização correta da voz como fator decisivo na obtenção dos resultados pretendidos, principalmente pelos profissionais que a possuem como instrumento de trabalho, os quais têm demonstrado um interesse crescente na busca destes conhecimentos quando devidamente conscientizados.
Para Ferreira(1995), a voz é o resultado da combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais, portanto está presente na representação dos vários papéis sociais que as pessoas desempenham no seu dia-a-dia.
Desta forma, todos os sujeitos que trabalham, que desempenham determinada profissão, apresentam uma voz que pode ser chamada de “Voz Profissional”, aquela determinada pelas condições de produção de seu cotidiano profissional. Mas , atualmente, os fonoaudiólogos pesquisam e atentam para um profissional
diferenciado, como aquele que, ao produzir sua voz, têm nela seu instrumento
básico de trabalho.
Neste raciocínio, estes profissionais foram subdivididos por Ferreira(1993) em várias categorias:

Profissionais da Arte: cantores(erudito, popular, coral e religioso),
atores(teatro, circo e televisão) e dubladores.

Profissionais da Comunicação: locutores e repórteres(televisão e
rádio), telefonistas.

Profissionais de Marketing: operadores, vendedores, leiloeiros,
camelôs , políticos .

Profissionais de Setores da Indústria e Comércio: diretores, gerentes,
encarregados de seção, supervisores.

Profissionais do Judiciário: advogados, promotores e juízes.

Profissionais da Educação: professores de diferentes áreas e graus,
padres, pastores e fonoaudiólogos.

Ressalte-se que o fonoaudiólogo é um profissional da voz que também
lida com a voz de outros profissionais da voz, portanto é extremamente importante que fundamente seus procedimentos de atuação preventiva, de reabilitação e de aperfeiçoamento (estética vocal) numa filosofia que ele compreenda, aceite e sinta-se capaz de transferir às pessoas que o procuram, assim como possuir profundo conhecimento das técnicas vocais.
A Fonoaudiologia é uma ciência que tem como objeto de estudo a
comunicação humana em suas manifestações normais e patológicas em qualquer idade. É relativamente nova no Brasil, tendo surgido há aproximadamente quatro décadas atrás.
Em 1981 foram reconhecidos oficialmente os primeiros cursos de nível superior. Inicialmente o fonoaudiólogo tinha como campo de atuação apenas a clínica dos distúrbios de comunicação, com uma grande procura para o atendimento principalmente de crianças. Isto propiciou uma imagem social da Fonoaudiologia, vinculada ao atendimento infantil. Atualmente, com o crescimento da profissão, seu campo de atuação vem sendo ampliado e o fonoaudiólogo estuda e procura outras abordagens que não têm como objetivo apenas os aspectos clínicos.
Devido à grande importância da voz na Fonoaudiologia, em 1996,
esta passou a ser uma das quatro áreas de especialidade instituídas pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia.
Hoje, cabe ao fonoaudiólogo especialista em voz cada vez mais
divulgar suas possibilidades de atuação e propor ações diferenciadas em três
aspectos: preventivo, clínico e de aperfeiçoamento vocal . Acredita-se que, atualmente, o profissional da voz busca na Fonoaudiologia informações e procedimentos necessários para o uso adequado de sua voz. A Fonoaudiologia enriquece seu campo de estudo e atuação no trabalho com este profissional, já que através de técnicas vocais apropriadas é possível aperfeiçoar a qualidade vocal do profissional da voz.

"Muito importante essas indagações da Maria Ignez, ressalta toda a importância da Fonoaudiologia com os profissionais da voz."

Fonte: Clique Aqui

Perda auditiva é calculada pela média, decide TRF

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região, com sede no Distrito Federal, determinou que um candidato do concurso público do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) de 2008 seja classificado entre os deficientes. O concursando disse, apesar de ter alto grau de surdez, acima do mínimo exigido legalmente, não foi aceito como deficiente pelo pelo processo seletivo. Cabe rescurso da decisão.

O candidato recorreu à Justiça, pedindo classificação e nomeação no cargo de analista ambiental do Ibama. O concurso foi executado pelo Cespe/UnB (Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília), que, baseado em laudo emitido por equipe multiprofissional do próprio centro, concluiu que o candidato não preenchia os requisitos para a vaga, por apresentar não apresentar perda auditiva maior que 41 na frequência de 500 hz.

O relator do caso, desembargador Fagundes de Deus, levou em conta o critério de média aritmética (soma das perdas auditivas e divisão por quatro), de acordo com um parecer do Conselho Federal de Fonoaudiologia: assim, a perda auditiva foi de 71,25 dB na orelha direita e de 66,25 dB na orelha esquerda, "acima, portanto, do limite legalmente estabelecido".

Segundo o parecer do conselho, "é considerada pessoa portadora de deficiência auditiva o indivíduo que possua perda auditiva bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma, na média das freqüências de 500HZ, 1000HZ, 2000HZ e 3000HZ".

O parecer também diz que a OMS (Organização Mundial de Saúde) considera a média dos limiares auditivos obtidos nas quatro frequências para fins de definição do grau de perda auditiva.

(As informações do TRF-1)

Fonte: Clique Aqui