Projeto quer proibir venda de tocadores de MP3

Está em estudo na Câmara Federal o Projeto de Lei nº 4524/08, de autoria do deputado Jefferson Campos (PTB), que visa proibir a venda de tocadores de MP3 com volume superior a 90 decibéis. A intenção é que a limitação sonora se estenda a aparelhos de múltiplas funções, como os celulares.

Em Uberaba, a fonoaudióloga Fabiana França Guimarães, especialista em audiologia, comemora a análise do projeto e espera que ele seja aprovado. Ela lembra que existem atualmente no mercado aparelhos MP3 que chegam a atingir 130 decibéis, potência que, na maioria das vezes é utilizada em sua plenitude.

O indicado, segundo a fonoaudióloga, é que as pessoas não se exponham a som de intensidade de 80 decibéis por tempo superior a duas horas. “Se a pessoa aumentar esse volume em 5 decibéis, terá que diminuir significativamente o tempo de uso em até 50%”, destacou a especialista.

Fabiana Guimarães ressalta que, com o avançar da idade, acontece um envelhecimento natural da orelha interna, mas o excesso de poluição sonora a que as pessoas estão expostas atualmente, além do uso de equipamentos, como os tocadores de MP3, tem feito com que esse problema apareça ainda na infância ou na adolescência.

Por isso, a especialista, que participa em Uberaba, de ações do Projeto Social Passe Adiante, com o objetivo de orientar crianças sobre a importância da audição e da prevenção da surdez, enfatiza que é fundamental que sejam usados com moderação os equipamentos tecnológicos. “Prevenir é bem mais barato”, afirmou, destacando a importância da aprovação de projetos de lei como o de nº 4524/08.

Hoje, segundo dados da Sociedade Mineira de Pediatria, um paciente com diagnóstico tardio gera um gasto anual de R$ 12 mil, com escolas especiais, próteses e terapias de reabilitação.

De acordo a fonoaudióloga, o uso dessas tecnologias, como os famosos Ipods, pode levar à surdez total ou parcial. A deficiência dependerá da intensidade do som, a duração que o paciente ouve e a predisposição genética para a perda auditiva. “O ideal é usar no volume médio, com intensidade de 80 decibéis por duas horas”, alertou.


Dica para curtir o carnaval sem problemas com a audição

Sem dúvida, durante os cinco dias de carnaval, as pessoas que gostam da festa se expõem a um som de elevada intensidade ao “darem voltas” atrás dos trios elétricos no ritmo do axé.

A fonoaudióloga Fabiana França Guimarães afirma que é difícil, no meio da “folia”, fazer com que as pessoas se preocupem com a audição. “O ideal seria que fizessem um repouso auditivo de 5 a 10 minutos a cada 40 minutos de exposição ao som”, orientou.

Segundo a especialista, esse repouso evita que grande intensidade de som entre nas células da orelha interna. A perda auditiva decorrente de exposição ao som do trio elétrico varia de pessoa para pessoa.

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