de O Povo Online
por Viviane Gonçalves
A gagueira atinge cerca de 5% da população brasileira. O preconceito ainda é o maior desafio do distúrbio da fala, que tem tratamento e cura
A gagueira nunca teve graça para o mecânico Evanildo Araújo Lima, 45. Desde a infância ele tem um bloqueio na fluência da fala que o impede de se expressar, estabelecer novas amizades e estudar. “Na sala de aula não respondia a chamada porque tinha medo de gaguejar. Acabei desistindo dos estudos na quarta série. A gente se sente inferior aos outros“, relembra. O tratamento só veio há oito meses. “Descobri que poderia conquistar mais qualidade de vida. A terapia serviu como um grande marco de conquista“, comenta. Hoje, ele não se diz curado, mas mostra-se muito satisfeito com os resultados. “Tenho mais autonomia. Consigo me comunicar melhor e até faço leitura na missa“, orgulha-se.
No caso do cantor Saulo Roster, a gagueira acabou ganhando repercussão nacional. Ao participar do programa Ídolos, na Record, Saulo mostrou muita força de vontade para conquistar seus objetivos. O reality show escolheu o rapaz com gagueira e de sonoridade musical perfeita para ser a nova estrela da música nacional.
O mecânico Evanildo e o cantor Saulo não são casos isolados desse distúrbio. Segundo o Instituto Brasileiro de Fluência (IBF), a incidência da gagueira no Brasil é de 5%, ou seja, 9,5 milhões de brasileiros. Este número é maior do que a população da cidade do Rio de Janeiro. Já a prevalência da gagueira é de 1%, ou seja, 1,9 milhão de brasileiros gaguejam há muitos anos de forma persistente, crônica.
Segundo especialistas, a gagueira tem tratamento e pode ter cura também. De acordo com o fonoaudiólogo e coordenador de Fonoaudiologia do Núcleo de Assistência Médica Integrada (Nami), Tiago Aguiar, ainda existe a cultura de que a gagueira na infância é algo normal. Por isso, muitos acabam só buscando ajuda especializada quando chegam à fase adulta. “Quanto mais cedo o distúrbio for detectado, maiores são as chances de melhora“, aponta. Por isso, é importante estar atento ao desenvolvimento da fala das crianças. A gagueira pode se manifestar a partir dos dois anos de idade.
São vários tipos de tratamentos para a gagueira. Em todos eles, a presença do fonoaudiólogo é fundamental. “Somente o fonoaudiólogo é capaz de elaborar os exercícios mais específicos“, afirma. E, diferente do que muitos acreditam, a gagueira não é um distúrbio psicológico e sim neurológico. O Ciência & Saúde dessa semana trata sobre esse assunto, mostrando que quanto mais cedo o distúrbio for detectado, maiores são as chances de melhora, apresentando novas técnicas de tratamento e reafirmando que a gagueira não tem graça nenhuma.
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Gagueira atinge 9,5 milhões de brasileiros
In Fonoaudiologia, In Gagueirasegunda-feira, 8 de março de 2010
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